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Picasso’s Light Graffiti

July 4, 2009

arts

 

Muito cuidado com o que se vê por ai.


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Desvendando Guernica

May 27, 2009

arts

O Guernica foi criado com uma surprendente rapidez e nem por isso deixou de ser muito bem executado. Esse é um quadro que não é possível explicar em termos simples, há tanta imaginação e tantas ambiguidades que isso seria uma tarefa para Gombrich.Exposto pela primeira vez em Paris na Exposição Internacional de 1937, é uma obra de imenso poder político que no início somente fez resultar chacota e indiferença. Mas acima de tudo seu caracter era político. No contexto histórico é importante saber que na mesma Paris, haviam violentos ataques da extrema direita e da extrema esquerda pelas ruas. Hoje em dia o aspecto mais valorizado do quadro é o seu caracter de manifesto, o papel ativista da arte. Segundo o próprio Picasso: “A pintura não foi feita para decorar apartamentos. É um instrumento de Guerra ofensiva e defensiva contra o inimigo”

Esse é o lenço final fotografado em 1937: 

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Picasso vivia em Paris por mais de 30 anos, mas foi convidado pelo partido republicano para apoiá-los na Guerra Civil na Espanha que estava dividida pela ditadura de Franco. Chegou a duvidar mas aceitou a causa por seus compatriotas republicanos. Mais tarde chegam as notícias do bombardeio de Guernica e todas as suas espantosas histórias. Estavam em todos os lugares, na imprensa, nas rádios locais e relatavam o sofrimento humano e as barbáries ocorridas. No dia 1 de maio de 1937 Picasso começou finalmente a fazer esboços para o mural, somente quatro dias antes da data de inauguração da Feira Internacional.

Picasso nos seus esboços começou a explorar temas como a vítima e o opressor, a angústia dos inocentes, a dor pessoal, assim como ícones da identidade nacional. Muitas das imagems haviam aparecido em quadros anteriores, mas agora estavam atribuídos de um rigor maior, de uma urgência nova. Agora constituem o conjunto de todo o quadro Guernica.

Quatro das cinco cabeças de adulotos da obra final são de mulheres, pois as informações iniciais foram de mulheres e crianças que se escondiam na cidade, ainda sim sendo vítimas de mais bombardeios,  fome e a doenças.

Esboços das cabeças das mulheres:

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Outra imagem arrasadora que podemos analizar no quadro é a da mulher carregando um filho morto. Picasso trabalhou nessa parte uma explosão de cores que contrastava com o restante do quadro. Podemos ver no próximo esboço:

 

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Picasso foi um entusiasta das corridas de touros e isso não podeiria de deixar influenciá-lo em sua obra. Em muitos outros trabalhos anteriores Picasso havia travado um tema entre cavalos e toros fazendo analogias entre a batalha desses e a guerra dos sexos. Nos rituais das corridas os cavalos são alvos fáceis no início da corrida, com seus olhos tapados é uma mira certeira para o touro , representando obviamente a vítima. Picasso realizou esboços desse cavalo que lembram as feições de horror da mulher com o filho.

 

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No entanto esse confronto no quadro final já não é mais mostrado, a luta entre os dois continua, o cavalo ainda é a vítima mas ainda está lá com forças para continuar a luta. A sensação de terror segue viva mas não é mais uma consequência direta do toro. O Guernica possui 7,75 m e o primeiro esboço já contém todas as figuras chaves dessa imensa obra. Apesar do enorme prestígio de Picasso, o público condenou ou ignorou o quadro por causa das causas políticas que iam contra as visóes da Feira Internacional. O poder de Guernica foi reconhecido meses mais tarde, quando Cahiers d’Art dedicou quase uma revista inteira ao quadro. Quando a Feira Internacional acabou em 1 de novembro de 1937 Franco havia vencido e os Nacionalistas ocuparam todo o norte da Espanha. A Grã-Bretanha reconheceu Franco como governador da Espanha e começou a angariar ajuda soviética para a República. Guernica foi devolvido a Picasso em Paris e iniciou um caminho por diversas cidades europeias para arrecadar fundos para ajudar os refugiados espanhóis.

Hoje o quadro se encontra no Museo de Arte Reina Sofia.

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